quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Estiquei os braços...

Estiquei os braços e agarrei a luz
Tentei não a deixar escapar
Mas o brilho que me seduz
Deixa de iluminar
A luz dissipou-se por entre os dedos
Dúvidas povoaram então a mente
Deslindaram-se em vão os segredos
Que atormentavam o presente
No ar pairou a esperança
De a luz voltar a brilhar
Mas presa por entre os dedos
Será que se vai libertar?

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Vagueio

Vagueio descalça na noite
Pelas areias grossas da imaginação
Tento caminhar suavemente
Equilibrando emoção e razão
Balanço entre uma e outra
Sustenho lágrimas teimosas, de dor
Quero soltar o coração amarrado
Dar-lhe vida e dar-lhe cor
Enfrento setas que me lançam
Vezes e vezes sem fim
Umas falham outras acertam
Bem fundo dentro de mim
Bato no fundo sem rede
E então as lágrimas conseguem cair
Já sem esperança abandono-me
À tua mão que me faz emergir

domingo, 26 de setembro de 2010

Dia e Noite

O dia pôs-se negro tal qual a noite
No meu peito arde a dor do desalento
Espero que a noite caia ansiosamente
Desejando um novo dia sem tormento

A noite cai, mas sem o brilho das estrelas
A escuridão aumenta a dor da solidão
As horas passam lentas e eu a vê-las
Procurando por respostas que me não dão

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Reterei para sempre as memórias

Reterei para sempre as memórias
Do teu rosto perto do meu
Decerto contaremos histórias
De um amor que foi meu e teu
De algo que foi só nosso
E que pelos tempos perdurou
Percorremos o nosso caminho
Que das curvas se alimentou
Não foi fácil o seu trilhar
Nem sequer em linha recta
Mas foi bom, tão bom
Ainda que a via não fosse a correcta
Nas linhas que fomos escrevinhando
No grande livro da nossa vida
Escrevemos romance, amor sofrimento
Procuramos a paixão no tempo perdida
Soltamos amarras, vencemos diferenças
Divagamos pelas incertezas
E quando tentamos encontrar o passado
Perdemos todas as nossas defesas

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Sentir ou não sentir

Quem não sente é sofrido
É carregado pesadamente pela vida
Caminha quase sem sentido
Ficando muitas vezes à deriva
Quem sente sofre também
Mas é ele quem leva o peso da vida
Vai andando como quem
Procura a cura da sua ferida
Sentir? Não sentir? Que dilema
Sofrer, mesmo que de forma diferente
Lutar tentando diminuir a pena
Daquilo que se sente ou não sente
Imaginar como é não sentir
Sonhar com o momento em que sentirá
E dar consigo a fingir
Que do outro lado não sofrerá

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Suspensa

Ando suspensa pelo ar

Presa apenas por frágeis teias

Pelo espaço e pelo tempo ando a pairar

Tentando clarear ideias

Vagueio por mil pensamentos

Que atordoam o meu coração

A custo vou afastando os ventos

Que me ocultam a razão

A chuva refresca-me a alma

Infere-me golpes de lucidez

Mas o que resiste não é a calma

Ainda que eu não albergue a insensatez

Tento agarrar a serenidade

Para de novo conseguir assentar

Mas afinal a verdade

Obriga-me a flutuar

this is only a dream

This is only a dream
And someday you’ll wake up
You don´t need to scream
You have to make all this stop
Words seem arrows to you
They hurt so deep inside your soul
You cry and ask what to do
But you see no way out of this hole
Your head is spinning around
Like a giant wheal that lost control
The way out is just yours to be found
And this should be your only goal
Just let your head ear your heart’s voice
Give him a chance to speak to your mind
And then you’ll find you have a choice
And this choice is yours to find

sábado, 4 de setembro de 2010

Dizer boa noite

Dizer boa noite para quê,

Se ela só te dirá bom dia?

Ficas à espera que te dê

Um momento de alegria

Contentas-te com um sorriso

E tanto tens para oferecer

Mas ela, mulher sem juízo

Nada tem para te dizer

Pões-lhe nas mãos a tua vida

Tua mente, teu coração

Mas ela só faz crescer a ferida

Aberta pela paixão

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Porque não?

Porque não sorrir


Mesmo com lágrimas a cair?

Porque não dançar

Quando tudo parece desmoronar?

Porque não respirar

Quando o ar teima em não entrar?

Porque não tentar

Quando temos certeza que irá falhar

Porque não dizer

Mesmo com medo de perder?

Porque não abraçar

Quando a vontade é empurrar?

Porque não acarinhar

Quando a vontade é zangar?

Porque não sentir

Quando a vontade é fugir?

Porque não abrir o coração

Quando ele ultrapassa a razão?

Porque não gostar

Mesmo que isso possa magoar?

Porque não aceitar

Que na vida o melhor é amar?