segunda-feira, 18 de julho de 2011

Vozes

Ouvem-se vozes trementes
Que se soltam num murmúrio inesperado

São vozes que estiveram dormentes

Encarceradas bem longe em degredo

Tentam fazer-se agora ouvir

Soltam gemidos

Que vão rompendo a boca selada

Que procura agora poder sorrir

Retomar tempos perdidos

E fingir que esses tempos não valeram nada

Os gemidos que tentam dar vida à voz

Crescem ganhando força para gritar

E num sopro de ar expirado

Deu-se alma às vozes

Que vão agora acordar