Era uma vez um cão
Que se chamava Sebastião
E não era um cão qualquer
Tinha sangue azul, estão a ver...
Era grande, de um castanho brilhante
Com olhos que pareciam diamante
Muito imponente no seu andar
Mas o Sebastião não sabia ladrar....
Abria a sua grande boca
Mas a voz, nem fina nem rouca
Não fazia nenhum som
Se pelo menos ladrasse fora do tom...
Por isto, Sebastião vivia desolado
Queria ladrar alto e afinado
Deitou-se, escondeu-se do mundo
E ali ficou num sono profundo
Durante dias o procuraram
E, por fim, lá o encontraram
Como estava muito doente
Chamaram logo o Dr Paciente
Contaram-lhe o sucedido
E o doutor, bem resolvido
Prontamente analisou a questão
Que afligia este canzarrão
Observou, coçou a cabeça
E disse, sem grande pressa
Este caso tem solução
Basta uma pequena operação!
Todos ficaram contentes
E até o Sebastião mostrou os dentes
Que alegria, que felicidade
Tudo se resolver de verdade
Uns dias se passaram
E o momento que todos ansiaram
Chegou finalmente
E com toda a gente presente
O Sebastião abriu a boca e ladrou
Uou uou uou uou uou uou uou
Todos o aplaudiram orgulhosos
E os seus latidos ficaram famosos