No silêncio
Tentam ouvir-se vozes
Que nos tragam à razão
No silêncio
Misturam-se os gritos
Que emanam do turbilhão
No silêncio
Procuram-se afagos
Doces, libertadores
No silêncio
Rompem-se amarras
Evidenciam-se dores
No silêncio
Anseia-se a luz
Distancia-se do ser
No silêncio
Recalcam-se os fantasmas
Que impedem de viver
domingo, 31 de outubro de 2010
quinta-feira, 21 de outubro de 2010
De coração partido
De coração partido
Feito em mil pedaços
Que se tentam juntar em vão
Procura resistir ao peito ferido
Vai retirando os estilhaços
Que lhe feriram a razão
Sem sol que lhe ilumine o caminho
Sem ventos que ajudem a navegar
Sem setas a indicar a direcção
Vai caminhando devagarinho
Na esperança de em breve encontrar
Novamente a emoção
quinta-feira, 14 de outubro de 2010
O vento sussurra o teu nome
O vento sussurra o teu nome
Ao seu ouvido
Fá-la sorrir por momentos
Esquecendo o coração ferido
Fechou os olhos
Deixou-se vaguear
Por todas as emoções
Que conseguia abraçar
Mas o vento
Subitamente trouxe a tempestade
E o rosto num ápice enegreceu
Fazendo-a regressar à verdade
O sorriso devorado pela tormenta
Deu lugar à lágrima inglória
E então lentamenteo teu nome
Se apagou da sua memória
quarta-feira, 13 de outubro de 2010
Deste
Deste-me tanto
Despido de tudo
Tiraste-me tudo
Despindo-te de tanto
Deste-me abraços
Em troca de sorrisos
Tiraste-me os sorrisos
Ofereceste-me o pranto
Deste-me vida
Em troca de alegria
Tiraste-me a alegria
Fiquei devastada
Deste-me sonhos
Em troca de amor
Tiraste-me o amor
Em troca de nada
quinta-feira, 7 de outubro de 2010
Amar é dar
Amar é dar
Sem nunca esperar receber
É tocar o coração do outro
Apenas para o proteger
Amar é sorrir
Mesmo quando se quer chorar
É dar a vida por alguém
A quem não queremos magoar
Amar é perceber
Que não há tu nem há eu
Há apenas um mundo
Onde está o que cada um deu
Amar é vibrar
Com um sorriso num rosto sofrido
E é perceber que nesse momento
A vida ganhou o seu sentido
Sem nunca esperar receber
É tocar o coração do outro
Apenas para o proteger
Amar é sorrir
Mesmo quando se quer chorar
É dar a vida por alguém
A quem não queremos magoar
Amar é perceber
Que não há tu nem há eu
Há apenas um mundo
Onde está o que cada um deu
Amar é vibrar
Com um sorriso num rosto sofrido
E é perceber que nesse momento
A vida ganhou o seu sentido
quarta-feira, 6 de outubro de 2010
Lamento
Lamento a chuva que cai
Sem molhar o terreno sequioso
Lamento o sol que não vai
Derreter o coração teimoso
Lamento o vento que não liberta
Os sonhos que tens escondidos
Lamento o mar que não desperta
Os teus mais puros sentidos
Lamento o rio que não lava
A tua alma e te faz sentir
Lamento o monte que te trava
Impedindo-te de sorrir
Sem molhar o terreno sequioso
Lamento o sol que não vai
Derreter o coração teimoso
Lamento o vento que não liberta
Os sonhos que tens escondidos
Lamento o mar que não desperta
Os teus mais puros sentidos
Lamento o rio que não lava
A tua alma e te faz sentir
Lamento o monte que te trava
Impedindo-te de sorrir
segunda-feira, 4 de outubro de 2010
Desespero
Desespero, choro, grito
Quero fugir do turbilhão
Vou desesperando e fico
Agarrada ao meu coração
Que uma mão invisível aperta
Aperta com força e faz doer
E a mágoa que ficou desperta
Não para agora de crescer
Cada vez me sinto mais submersa
Neste mar escuro e sombrio
Luto, mas não tenho mais força
Permaneço imóvel no vazio
Quero fugir do turbilhão
Vou desesperando e fico
Agarrada ao meu coração
Que uma mão invisível aperta
Aperta com força e faz doer
E a mágoa que ficou desperta
Não para agora de crescer
Cada vez me sinto mais submersa
Neste mar escuro e sombrio
Luto, mas não tenho mais força
Permaneço imóvel no vazio
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