Saboreando instantes de doce ilusão
Vive-se, sofre-se, ama-se sem juízo e sem razão
É-se feliz assim, lutando por breves momentos
Na relatividade da vida, esquecem-se os tormentos
Tentando aproveitar cada novo dia que desperta
Desejando que seja único, que seja merecida esta oferta
Atravessam-se pontes, desbravam-se novos caminhos
E neste árduo percurso por vezes andamos sozinhos
Damos abrigo a emoções que um dia nos vão consumir
Sem perceber como, já deixamos de sorrir
Criamos monstros passivos, incapazes de lutar
Demos-lhes asas, ensinamo-los a voar
E quando acordamos, chorosos, no dia seguinte
Já nos levaram a alma para um local distante
E lá continuamos nós, tristemente, fazendo de conta
Que a dor que magoa é aquilo que nos acalenta